Olá, nação alvinegra.
Hoje vou reclamar do
Mineirão com um comentário muito breve. Não tem estrutura, não agüentou o
clássico. Custou 800 milhões, saiu do nosso bolso e é uma vergonha. Passamos
calor, sede, fome e indignação. Do instante em que se abriram as vendas de
ingresso até a saída do estádio fomos tratados como porcos. Porém, o que me
preocupou não foi nada disso, inclusive porque temos o Independência. Preocupou-me
o futebol apresentado.
Para analisar um jogo,
eu preciso assistir duas vezes. Normalmente, quando o jogo está ocorrendo ao
vivo (e eu estava lá mais uma vez) sou completamente passional. Abandono
qualquer análise para torcer. E torci. Sofri. Passei raiva. Já formulava algo
pra dizer aqui. Mas saí de campo preocupado. Quando vi o replay do jogo, esta
preocupação aumentou. Não detectei um mínimo de coesão no grupo.
O que resume o jogo de
ontem é aquela arrancada do meio campo do cruzeiro que os zagueiros não
perseguiram; cada um esperava o outro tomar atitude. Enquanto o rival perseguiu
a bola com muita vontade, nosso Galo tirou o pé. Um time cuja base treina junto
já a dois anos e não trocou três passes seguidos é de se desconfiar sim, seja
primeiro jogo, seja sem ritmo, seja desentrosado, seja como for.
As alterações do Cuca
foram desastrosas. Perdeu-se taticamente, trocou os dois volantes por contusão
e cartão, mas não soube rearmar a equipe. Serginho e Gilberto Silva não
conseguiram dar volume ao time. Gilberto Silva, aliás, parece ter se esquecido
como se joga. Não acertou nenhum passe. E, se os otimistas elogiaram
(merecidamente) o Victor, algo precisa ser ressaltado: a equipe adversária não era
nada demais, e Luis Fabiano, Osvaldo, Jadson e cia. não perdem os gols que os
azuis perderam. Essa pegada sem toque de bola será complicada para a
libertadores, o time precisa mesclar, saber tocar e saber brigar.
Em suma: o jogo estava
esquentando, com chances pros dois lados e os adversários se estudando, quando
o cruzeiro acha um gol (contra). O atlético não sentiu, atacou e empatou logo
em seguida. Primeiro tempo foi isso. Muito ruim. Os times não se impuseram.
Segundo tempo veio e o atlético começou melhor. Ronaldinho, por 15 minutos,
jogou bem, colocou Bernard na cara do gol e ele perdeu. Um lance antes e um
chute pra fora. Foi quando o cruzeiro se estabilizou, e o Dagoberto subiu
sozinho contra nossa zaga que só olhou. Daí pra frente parece que o Galo achou
que empataria a hora que quisesse, e tirou o pé. A expulsão do jogador azul
trouxe essa sensação ao torcedor também, mas não foi o que se viu. O time
estava nervoso, errando passes, muito inseguro com os volantes. Passaram a
jogar no chutão. Quase tomaram mais gols, não fosse o goleiro. Fim de jogo,
derrota e uma possível lição aprendida.
Hora de absorver a
derrota, e concentrar no que vem por aí. A Libertadores já começa na semana que
vem, contra um adversário que já estreou e está confiante. É preciso
neutralizar a equipe do São Paulo, e precisamos tocar a bola, como nos dias
mágicos de 2012. Até lá, somente torcer e não esquecer o dia de ontem, que pode
agregar aprendizados. Avante, Legionários!
Uma nota triste para
ontem também com relação às torcidas. O efeito Sete Lagoas fica evidente quando
as duas torcidas rivais de MG passam quase 90 minutos caladas. Além disso, fica
registrado que somente a Galoucura foi punida, mas, mesmo assim, nenhuma
torcida atleticana pôde entrar com as bandeiras no campo, sequer a charanga.
Alguém precisa interromper isso, afinal as organizadas todas não deveriam pagar
pelas atitudes de uma ou duas.
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