terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O Estádio


Era um estádio muito engraçado
Não tinha dono, sequer cuidado
Ninguém podia ir nele não,
Foram 3 anos sem Mineirão
Ninguém podia nem respirar
Era um calor de se perder o ar
Ninguém podia fazer xixi
Porque o banheiro não tinha ali
Não tem tropeiro, não tem refri,
Esse lugar é um abacaxi
Não tem nem gelo pra esquentar a coca
Pra comer só uma fria pipoca
Ninguém podia se hidratar
Acabou a água e fecharam o bar
Foi maquiado com muito esmero,
Virou orgulho do nosso governo.
Tudo custou 800 milhões
O povo banca todos os ladrões.
Pro nosso galo ocupar o assento
Tem que deixar mais de 40 porcento
Nós nos mandamos, cada um se cuide,
Fica pro Cruzeiro Futebol Clube.
E o governo saiu de cena
E nosso dinheiro com a Minas Arena


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Análise do Clássico


Olá, nação alvinegra.
Hoje vou reclamar do Mineirão com um comentário muito breve. Não tem estrutura, não agüentou o clássico. Custou 800 milhões, saiu do nosso bolso e é uma vergonha. Passamos calor, sede, fome e indignação. Do instante em que se abriram as vendas de ingresso até a saída do estádio fomos tratados como porcos. Porém, o que me preocupou não foi nada disso, inclusive porque temos o Independência. Preocupou-me o futebol apresentado.

Para analisar um jogo, eu preciso assistir duas vezes. Normalmente, quando o jogo está ocorrendo ao vivo (e eu estava lá mais uma vez) sou completamente passional. Abandono qualquer análise para torcer. E torci. Sofri. Passei raiva. Já formulava algo pra dizer aqui. Mas saí de campo preocupado. Quando vi o replay do jogo, esta preocupação aumentou. Não detectei um mínimo de coesão no grupo.

O que resume o jogo de ontem é aquela arrancada do meio campo do cruzeiro que os zagueiros não perseguiram; cada um esperava o outro tomar atitude. Enquanto o rival perseguiu a bola com muita vontade, nosso Galo tirou o pé. Um time cuja base treina junto já a dois anos e não trocou três passes seguidos é de se desconfiar sim, seja primeiro jogo, seja sem ritmo, seja desentrosado, seja como for.

As alterações do Cuca foram desastrosas. Perdeu-se taticamente, trocou os dois volantes por contusão e cartão, mas não soube rearmar a equipe. Serginho e Gilberto Silva não conseguiram dar volume ao time. Gilberto Silva, aliás, parece ter se esquecido como se joga. Não acertou nenhum passe. E, se os otimistas elogiaram (merecidamente) o Victor, algo precisa ser ressaltado: a equipe adversária não era nada demais, e Luis Fabiano, Osvaldo, Jadson e cia. não perdem os gols que os azuis perderam. Essa pegada sem toque de bola será complicada para a libertadores, o time precisa mesclar, saber tocar e saber brigar.

Em suma: o jogo estava esquentando, com chances pros dois lados e os adversários se estudando, quando o cruzeiro acha um gol (contra). O atlético não sentiu, atacou e empatou logo em seguida. Primeiro tempo foi isso. Muito ruim. Os times não se impuseram. Segundo tempo veio e o atlético começou melhor. Ronaldinho, por 15 minutos, jogou bem, colocou Bernard na cara do gol e ele perdeu. Um lance antes e um chute pra fora. Foi quando o cruzeiro se estabilizou, e o Dagoberto subiu sozinho contra nossa zaga que só olhou. Daí pra frente parece que o Galo achou que empataria a hora que quisesse, e tirou o pé. A expulsão do jogador azul trouxe essa sensação ao torcedor também, mas não foi o que se viu. O time estava nervoso, errando passes, muito inseguro com os volantes. Passaram a jogar no chutão. Quase tomaram mais gols, não fosse o goleiro. Fim de jogo, derrota e uma possível lição aprendida.

Hora de absorver a derrota, e concentrar no que vem por aí. A Libertadores já começa na semana que vem, contra um adversário que já estreou e está confiante. É preciso neutralizar a equipe do São Paulo, e precisamos tocar a bola, como nos dias mágicos de 2012. Até lá, somente torcer e não esquecer o dia de ontem, que pode agregar aprendizados. Avante, Legionários!

Uma nota triste para ontem também com relação às torcidas. O efeito Sete Lagoas fica evidente quando as duas torcidas rivais de MG passam quase 90 minutos caladas. Além disso, fica registrado que somente a Galoucura foi punida, mas, mesmo assim, nenhuma torcida atleticana pôde entrar com as bandeiras no campo, sequer a charanga. Alguém precisa interromper isso, afinal as organizadas todas não deveriam pagar pelas atitudes de uma ou duas.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

O Retorno da Alegria


O ano de 2013 vai finalmente começar. Do dia 2 de dezembro de 2012 até o dia 3 de fevereiro de 2013 se passam exatamente 64 dias. Dois meses. Quanta saudade, Galo! Este tempo parece, na percepção do torcedor, como dois anos. Dias de especulação, de agonia, de incerteza. Dias de criticas à diretoria, às contratações, aos estádios. Dias que se acabam no domingo.
Dezembro passou enchendo o torcedor de esperanças. As especulações chegaram a cravar a vinda do Robinho para o Atlético. Alguns disseram Kaká. Até Sneijder se ouviu por aí, mas nada se concretizou. Era batizado a “cereja do bolo”. Aliás, para a maioria dos atleticanos somente um nome interessava: Diego Tardelli. A vinda dele representaria uma melhora significativa no ataque, e com certeza o esquema de jogo do atlético seria outro. Mais do que isso, Tardelli significa a torcida no campo. Suas declarações de devoção ao Galo comovem o torcedor dia a dia. Em segundo plano, aparece a Lupo como nova fornecedora de material esportivo. Decisão acertada da diretoria, pois, mesmo a torcida esperando a Nike estampando nosso manto, os valores oferecidos pela novata encheram os olhos de todos.
Janeiro veio e com ele muitas preocupações. Rosinei, Alecsandro e Morais foram nomes que não agradaram à massa. Porém, o anúncio da contratação do Araujo chateou muito o torcedor, pelo conjunto da obra. Jogador velho, ineficiente, de salário altíssimo. Perfil e relatos de desagregador. Alguém como ele no conjunto tão unido geram preocupação. Com os treinos, vamos vendo boa desenvoltura de quase todos os atletas. O problema da meia direita continua, e a torcida cobra uma solução direta, com um reforço capaz de suprir esta lacuna.
E então vem o pior destas férias do futebol: a novela. Chegaram a dar a certeza do Tardelli no Galo, e depois desmentiram. Jogador, empresários, diretoria alvinegra, torcida, parece que todos estão brigando com o Al-Gharafa. E libera, não libera, essa semana, a outra, amanhã, e nada de resolver. Se vier, tudo indica que Tardelli não jogará sequer a estréia na taça Libertadores. E o plano B?
Todo esse movimento fora de campo, normal para o começo do ano, tirou o olhar do torcedor do campo. Ao ver os rivais contratarem, esquecemos de muita coisa. Inclusive esquecemos que o time teve o melhor ataque do brasileirão, e uma das melhores defesas. Esquecemos que o time tem Ronaldinho, Jô e Bernard. Esquecemos de Pierre e Junior Cesar. Essa lembrança alegra, e já acaba com a abstinência da torcida de jogos do Galo.
Quando o árbitro apitar o início da partida no domingo, o sonho atleticano recomeça. A alegria volta a campo, o time que carrega tanta esperança para este 2013 (leia-se dois mil e galo) retoma a luta de todos nós por encerrar um jejum. E olha contra quem será este embate! Tem um time do outro lado do campo se proclamando dono do nosso Mineirão. Vamos inaugurar o gigante da Pampulha contra uma equipe que já entra tremendo frente a maquina 2013. Reforços? Ainda virão. O mais importante é apoiarmos, pois este time não decepcionará. 2013 será histórico para a massa. Veremos em campo.