terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A Alma Alvinegra


Começa 2012. E como torcer? Como elaborar aquela derrota vexatória, vendo os mesmos jogadores em campo? Como torcer para uma equipe que havia humilhado sua própria torcida? A sensação de muitos torcedores foi semelhante a isso, no começo de 2012. Eu confesso também ter estado próximo de desistir de torcer por alguns dias. Chegou ao ponto de o time ser campeão mineiro de forma invicta e eu sequer sorri. Por alguns meses, meu sentimento com o elenco que ali estava era de desprezo e duvidas, alem de um imenso cansaço com tantos anos travando batalhas contra equipes de terceiro escalão pela vaga na serie A.
O sentimento que eu vivi foi na alma. Uma alma apaixonada, vendo seu objeto de devoção vivendo seus piores dias, sofrendo com lastimosas campanhas, jogadores aquém daquele time histórico que fez a seleção brasileira tremer e cair. E novamente eu pensava: como torcer? Assisti a todos os jogos da campanha do campeonato mineiro, sempre cético, sempre pessimista, esperando pelo momento que o time começaria novamente a briga para não ir a serie B.
Mas a alma é sempre a alma. E o atleticano veste o manto na alma. O uniforme alvinegro não está vestido sempre no corpo, mas está tatuado na alma. E essa é capaz de fazer com que nos reergamos sozinhos, que perdoemos atitudes e deméritos. A alma alvinegra está além do bom ou ruim, ela é a explosão da raça e do amor.
Então, com o decorrer de 2012, o time foi mostrando alma. A minha alma. A sua alma. A alma alvinegra. O cruzamento de R49 para o gol de Leonardo Silva, para mim, foi a maior explosão de pura alma alvinegra vista em campo por muitos anos. Me lembrei da bomba santa de Éder Aleixo, contra o Botafogo, que tremeu o travessão e encontrou a lua. Esse gol do Leonardo, que trouxe a atenção do mundo para o glorioso vingador, não foi de Leonardo Silva. Aquela bola, em sua trajetória lançada pelo novo Rei Ronaldinho, foi cabeceada por todos que ali estávamos, que saltamos, paramos no ar, e, no momento certo, golpeamos. Todos juntos. Um gol de uma torcida unida. Um gol alvinegro. Um gol da alma.



Vi novamente a alma de volta. Na raça do Jr. Cesar, na velocidade do Bernard, na luta incansável do Leandro Donizete. A raça está impregnada nos desarmes do Leonardo Silva e na alma guerreira do Pierre. Aliás, este merece uma menção honrosa. Pierre é um leão. Ronaldinho e Jô, que comemoram os gols como um galo que salta para desferir o golpe, depois sacode as penas e mostra ao adversário os motivos pro medo. Tremei-vos, o Galo voltou e está com a alma lavada, renovada.
Os outros times estão prontos, dispostos à briga? QUE VENHAM! E rezem, peçam sorte, pelo menos, pois na alma já estão derrotados, pois a nossa é ALVINEGRA e VINGADORA.

por Mário Romualdo (@marioromualdo)

Obrigado ao Fael Lima, pela atenção e cordialidade em examinar este texto. 

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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Bernard - Revelação, seleção, Galo e copa

Você sabe quem foi Julinho? Julio Botelho foi um dos maiores pontas direitas que o Brasil já viu. Esteve na copa do mundo de 1954, defendeu a Portuguesa, a Fiorentina, e fez o maracanã aplaudí-lo de pé após ser recebido com vaias (já vai o porquê). Eu nasci quase 30 anos após sua carreira. Se perguntarmos na rua, creio que algo próximo de 1% das pessoas da minha geração (1975 a 1985) saberia quem foi. Talvez nem isso. E por quê? Assim como as vaias ditas acima, Julinho não foi tido o craque da ponta direita em sua época por ser contemporâneo de Manuel Francisco dos Santos, o Garrincha. Julinho disputou a titularidade contra o maior ponta-direita da história mundial; o maracanã o vaiou até que o jogo começasse e ele se fizesse presente, com seus passes perfeitos.

Nós atleticanos temos um “Garrincha” em potencial, que pode se tornar Julinho. As aspas claro para mostrar a devoção e respeito ao Mané. Nós temos Bernard. Já tivemos palpites sobre o Reinaldo (2º), o Ronaldo Zagueiro, o Ramon de 2006, Rafael Miranda, entre vários que subiram ao profissional com o status de promessa. Houve um Maradona, que era citado como um craque da base atleticana desde os 13 anos, mas nunca jogou profissionalmente pelo Galo. Bernard não é como nenhum desses. Nele se vê uma promessa como Éder Aleixo foi, como Reinaldo, como Cerezo. Bernard mostra a cada dia que não tem só potencial, que veio para consolidar-se como craque.

O futebol do Bernard cresce a cada dia. Mas, num país de futebol decadente como o nosso, que ocupa a 16ª posição no ranking mundial da FIFA, as únicas posições que continuam revelando bons jogadores seqüencialmente é no ataque/meio-ataque. O nosso Ben 10, nosso craque alvinegro disputa uma vaga para a copa 2014 contra uma serie de jogadores que hoje estão um nível acima. Lucas (PSG), Wellington Nem (Fluminense), Jadson (SPFC), entre outros são concorrentes que tem mais tempo profissional, mais mídia e mais oportunidades que nosso craque. Pior, a função que o Bernard faz no Galo é a mesma do Neymar! Ambos jogam no ataque tendentes ao lado esquerdo do campo. É impossível derrubar o Neymar da seleção, tanto pelo futebol quanto pelo lobby paulista que impera na CBF. 

O atlético falhou com o Ben 10. Falhou em não o observar no Democrata-SL. Falhou quando o Dorival o lançou como lateral direito. Falhou quando jogaram nele a responsabilidade inteira do ataque. Ele e o Fillipe Souto carregaram o Daniel Carvalho. Somente a chegada do R49 salvou Bernard de se tornar coadjuvante de equipes como Vitória ou Atlético Paranaense. Ronaldinho forneceu uma confiança e uma segurança ao Bernard que o levaram a desenvolver dois anos em 5 meses. Além disso, o bom posicionamento do Jô ajudou para tantas assistências da esperança alvinegra. 2012 fica marcado pela união de oportunidade e vontade do jogador revelação do brasileiro.

Ainda assim, o caminho para a copa do mundo é difícil, alias qualquer palpite de um não-atleticano seria que ele não vai. As atitudes secundarias a isso, na minha opinião, foram alcançadas: R49 fica e Bernard também. Ir para a Europa seria precipitar e dar vantagem plena aos concorrentes. Neste ano Ben10 precisa evoluir ainda mais, outros dois anos em um. A rotina é pesada, as competições mais difíceis. Porém, se o time mantiver o alto desempenho de 2012 a revelação se tornará craque, e os olhos da CBF se voltam obrigatoriamente para o Galo e para o atleta. Só depende do Bernard.

A massa está com você, Ben10. Avante Legião, contra o vento e contra o mundo!